terça-feira, outubro 13

sábado à noite

Quando o telefone tocou, quase às três da manhã, Gaby não se tocou da notícia que receberia (há dias sem ouvir aquela voz bacana, não poderia mesmo imaginar!). Do outro lado da linha estava ele, seu moço-querido-Menino, deitado na maca de um hospital, machucado, soro na veia, à procura de um som que ao menos o acalmasse. Mas assim, num de repente!, Gaby não pôde: coração dela ficou aos pulos, mãos trêmulas. Ainda acordando, entre um piscar e outro, forçando os olhos a se acostumarem com o escuro do quarto, pensou se tratar de uma brincadeira - mas foi só piscar novamente para perceber: ele não brincaria assim... Não quase às três da manhã!
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E era uma narrativa triste... Gaby tentava entender, mas o sono, o álcool, a madrugada, a confusão não deixavam. Passados longos minutos, João conseguiu (ele mesmo, assim hospitalizado) devolver a calma à moça. Só então ela foi capaz de dizer "fica calmo" "se cuida" " não me deixa sem notícias" "Vai dar tudo certo!".
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E desde aquela madrugada, dois únicos pensamentos tomam conta da vida de Gabriela: saber de João, de cada passo da recuperação; e... em pleno caos, quase às três da madrugada, foi o telefone dela que ele discou.

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