quinta-feira, setembro 16

aqueles dois*

Marinna é câncer. E muito embora seja esse um detalhe ridículo aos olhos de Ricardo - "não boto muita fé nisso de signos" - hoje a moça se mostrou demais. A ponto de assumir fraquezas e riscos de rejeição.

Marinna é ciúme; não mais velado. Mostrado, gritado, descarado. Gargalhado, porque Ricardo não sabia o que era alguém assim. (Não sabia! a menina sabe que ele é especial. a menina sabe que, muito mais do que pensa, ele desperta interesses vários - e em várias... Tanto a menina sabe que evitou, dias atrás, maiores propagandas do novo namorado pr'aquela tal amiga loura nada burra...)


Marinna sabe que caminhando encontrou alguém que pensa como ela e, por bem, para sempre ali, nele, em cada pedaço de corpo e cheiro e beijo, achou por bem (porque assim e só assim seria feliz) estacionar.


"Quereria, meu amor, poder ser tudo o que você pensa que eu sou. Sou fraca, pequena, não sou nada simpática e nem um pouco 'gente boa'" - pensa Marinna. Mas pensa com o coração quieto, sabedor de que lá no outro canto da cidade dorme quentinho o dono dos seus pensamentos, do seu coração, dos seus desejos, do seu corpo, e futuramente da sua alma.

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*título descaradamente copiado de um conto do incrível Caio F. Abreu.

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